"São inúmeros os casos de pessoas que relatam estranhas experiências, como passarem por lugares de outras épocas, verem pessoas de outros tempos, e mesmo verem e visitarem locais fora do nosso tempo, sendo que os mesmos desaparecem por completo em seguida, nunca mais resurgindo. Teriam essas pessoas passado por portais "espaço-tempo", permitindo que tivessem contato com outras épocas já distantes da nossa? Se não for isso, o que mais poderia provocar esses estranhos e inexplicáveis acontecimentos?"
O Relato a seguir descreve uma dessas estranhas experiências!
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O relato que vou contar, aconteceu no ano de 1995 quando eu estava freqüentando uma faculdade em São Paulo.
Eu estava
entrando no segundo semestre do último ano.
Em um final de semana eu resolvi pegar o meu carro e ir visitar a minha mãe.
Ela
morava em uma cidade que fica à 3½ horas de São Paulo.
Eu estava toda confortável
no carro, ouvindo as músicas que o radio tocava.
Já estava dirigindo quase que meia
hora quando eu vi uma placa pendurada em um poste que estava escrito: "CHÁCARA À
VENDA", e embaixo tinha um flecha apontando para uma estradinha de terra isolada
e empoeirada do lado da rodovia.
Eu pensei em dar uma olhada, já que eu precisaria de um lugar para morar quando
acabasse a faculdade e sempre gostei de morar em chácara (eu morava em uma
quando morava com os meus pais).
Então parei o carro, dei a ré e fui para a
estradinha de terra.
Depois de uns 15 minutos nela, a casa apareceu lá na
frente.
Era uma casa branca de dois andares com uma varanda bem grande na
frente.
Impressionada com a beleza da casa eu não notei o quanto era estranho
uma casa ficar em um lugar tão isolado como aquele.
Eu parei na frente da casa,
peguei a minha câmera fotográfica (eu tinha levado para tirar umas fotos da
minha família) para tirar umas fotos da casa e mostrar para a minha mãe, para
ver o que ela achava do que poderia ser a minha futura casa.
A casa tinha uma pequena cerca de madeira, com um pouco mais de 1½ metro de
altura e um portãozinho, de madeira também.
A varanda era cercada de plantas e
flores e tinha uma mesa de madeira nela.
Eu fiquei no portão e toquei a
campainha.
Um pouco depois a porta da frente abriu e uma mulher já de idade
avançada, vestindo uma calça preta e uma blusa marrom, veio ao meu encontro.
Ela
era baixinha, um pouco gorducha e tinha a cabeça coberta de cabelos grisalhos.
Ela falou um "Bom dia!" todo simpático e com um sorriso que ia de orelha até
orelha, como se já me conhecesse.
Eu tirei fotografias de todos os cômodos
enquanto ela ia me mostrando a casa.
Depois de ter visto a casa toda, eu voltei
para o meu carro e segui o meu caminho.
Enquanto voltava para a rodovia, uma
sensação de felicidade e contentamento se apossou de mim.
Eu pensei comigo mesma
que tinha achado a casa dos meus sonhos a um preço que eu podia pagar.
Uma semana depois, já de volta em São Paulo, eu fui em uma loja de revelação de
fotos para revelar o meu rolo de filme.
Peguei as fotos, e voltei para a minha casa e liguei
para a minha mãe para falar que no final de semana eu ia lá de novo para mostrar
as fotos da casa.
Enquanto ainda falava com ela no telefone eu sentei na sala
para ver as fotos.
Eu peguei aquele envelope amarelo, dei uma olhada das fotos e
soltei um grito.
O telefone que eu segurava com a cabeça e o meu ombro caiu no
chão, junto com as fotos.
Eu pulei para trás passando por cima do sofá e parei
atrás dele olhando as fotos no chão.
Eu estava chocada, não acreditava no que
tinha visto.
Então eu me toquei que a minha mãe ainda estava no telefone e devia
estar assustada.
Eu peguei ele e ela estava falando "Alô? Filha? Você está bem?
Alô?".
Eu falei que estava tudo bem e pedi para ela esperar um pouco.
Depois de
um tempo em choque e um pouco confusa, eu juntei coragem e abaixei até o chão,
para examinar melhor as fotos.
Não eram as fotos da casa que eu tinha visto, mas
sim de uma casa completamente queimada.
Em todas as fotos os quartos estavam
negros feito carvão, as paredes completamente chamuscadas e somente o resto das
estruturas do que algum dia já tinham sido alguns móveis.
Parecia que a casa
tinha sido devorada pelo fogo.
O choque e a confusão logo se transformaram em
medo.
Eu pensei que eu podia ter pegado as fotos de outra pessoa, mas as fotos
que eu não tirei da casa estavam lá, da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos.
Aquelas eram as minhas fotos!
Eu peguei todas elas, sem exceção e queimei.
Simplesmente queimei todas, sem um segundo pensamento de reflexão.
No final de semana eu peguei o meu carro e fui ver a minha mãe.
Eu fui pela
mesma estrada. Ansiosa e nervosa eu fui devagar na rodovia, procurando a placa
de "CHÁCARA À VENDA" e a estrada empoeirada e isolada.
Para a minha surpresa eu
não achei nenhuma das duas.
Eu fiquei indo e voltando naquele pedaço da rodovia
e não achava a estrada que eu tinha pegado antes.
Desde aquele dia eu não sou mais a mesma.
Se alguém me falar que eu estou
enlouquecendo, é capaz de eu acreditar.
O meu psicólogo falou que aquilo tudo
não aconteceu, que eu não vi a casa e nem as fotos, que eu imaginei tudo.
Talvez
ele esteja certo, mas quem pode realmente dizer o que é real e o que não é?
As
vezes eu me arrependo de ter queimado as fotos. Talvez se eu ainda estivesse com
elas, as pessoas acreditariam em mim.
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Catarina - São Paulo - Brasil
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